Depois de muitos adiamentos, o Ministério das Comunicações finalizou o leilão para exploração e oferta do serviço de 5G no Brasil na última sexta-feira, dia 5 de novembro. O negócio rendeu mais de R$ 46,7 bilhões para o governo e visa levar internet de última geração a todo o País a partir de 2022.

Com o alarde em torno da nova tecnologia, que promete mais velocidade e a chamada internet das coisas por meio da automação de eletrodomésticos, nós da RamalVirtual Telecom ouvimos a seguinte pergunta de nossos clientes: o 5G vai tornar obsoleta a internet fixa dentro do ambiente empresarial?

Já estabelecidas no mercado, Tim, Vivo e Claro ganharam o direito de explorar as faixas de frequência – as avenidas por onde trafegam os dados – em âmbito nacional. No estado de São Paulo, o direito de exploração das faixas regionais foi arrematado por Sercomtel e Algar Telecom.

Por mais que o 5G, que ainda não existe em território nacional, prometa menor latência e maior velocidade, ainda vão existir as instabilidades próprias da tecnologia móvel e a oscilação dos sinais em radiofrequência. Já os links de internet das empresas entregam 100% de estabilidade para o ambiente, especialmente em um cenário de maior demanda de acessos externos à estrutura corporativa e, também, de acesso dos serviços aos clientes de modo remoto.

Outro ponto a ser considerado é a questão da contratação. Na internet fixa, são contatadas bandas que garantem uma velocidade para os dados de calculada medida por megabits por segundo, sem limite de quantidade de dados trafegados pelo link. O 5G, no entanto, seguirá a lógica do mercado da internet móvel, onde são comercializados pacotes com quantidade limitada de dados e com velocidade variável. Ou seja, quando a franquia contratada atingir o seu limite dentro do 5G, o serviço ficará mais lento ou será simplesmente bloqueado, dependendo das políticas de cada operadora móvel.

Além disso, a promessa da conexão entre máquinas, a chamada internet das coisas, já é uma realidade. A tecnologia atual já tornou possível no Brasil o “M2M”, de máquina para máquina, em uma tradução livre do inglês. Um bom exemplo é o rastreamento de caminhões via satélite. Estas informações são transmitidas do veículo e para as torres de telefonia celular através de telemetria e conectividade proporcionadas pelo infraestrutura móvel atual.

É inegável que a tecnologia 5G traz possibilidades de ampliação da capacidade de tráfego, dispositivos conectados, entre outros, mas será que não seria possível já ter começado a construir o futuro atribuído apenas ao 5G?

Por estas razões, é possível afirmar que o 5G não vai substituir os links de conexão fixa, especialmente dentro das empresas. A estabilidade, a facilidade de acesso e a capacidade ilimitada de transmissão de informação são características que seguem muito relevantes na gestão de pequenos e grandes negócios.

 

Eng. Ricardo França

CEO RamalVirtual Telecom